Países, sociedade e mudanças climáticas
Você precisa ler as mais recentes notícias resumidas sobre os países a sociedade e as mudanças climáticas.
Título | O planeta tem pressa. |
Publicação | Revista Veja em mai/08 |
Até mesmo os mais incrédulos já concordam: a temperatura do planeta está subindo e a maior parte do problema é provocada por ações do homem.
A revista formulou alguns questionamentos cuja respostas foram foram revistas pro vários cientistas brasileiros integrantes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas - IPCC - como Carlos Nobre, José Marengo, Roberto Schaeffer e Suzana Kahn Ribeiro.
O mundo não tem problemas que exigem enfrentamento mais urgente do que o aquecimento global?
A fome, a falta d'água, e as doenças matam mais gente hoje. Mas o mundo não pode se dar ao luxo de ignorar o aquecimento global. Isso porque, além de efeitos desastrosos, tudo o que se fizer agora só terá resultados décadas à frente.
Além disso, para muitos do problemas atuais há soluções tecnológicas iminentes. O buraco na camada de ozônio é um exemplo. Ele se fechará num futuro próximo graças a ações já empreendidas.
No caso do aquecimento, se o mundo parar de emitir gases de efeito estufa hoje, o problema ainda levará séculos para ser resolvido.
Alguns limites já foram ultrapassados. O melhor exemplo é o gelo ártico. Em 2050 ele poderá desaparecer totalmente durante o verão. Não há mais o que fazer.
Não se pode esperar mais cinco ou dez anos para começar a agir vigorosamente.
Quanto será necessário investir para suavizar os efeitos das mudanças climáticas?
Num primeiro cálculo estimou-se que seriam necessários 150 bilhões de dólares anuais para cumprir as metas do Protocolo de Kioto.
Mas é possível que a conta seja menor, dados o avanço tecnológico e os ganhos de eficiência energética
Já existem hoje tecnologias capazes de reduzir em 20% as emissões de gases estufa na queima de combustíveis fósseis.
Os sistemas de iluminação com LED, diodos de efeito luminoso, têm eficiência quase vinte vezes superior à das lâmpadas de bulbo.
É possível reverter totalmente o aquecimento?
Não. O máximo que se pode fazer é reduzir o ritmo.
Reduzir a emissão de gases estufa é mesmo o melhor caminho?
O que importa é a diferença entre o que é emitido e o que é absorvido pela Terra.. ao mesmo tempo que se reduz a emissão dos gases do efeito estufa, pode-se investir no seqüestro de carbono, aumentando a área de florestas.
Outro caminho é o aumento da eficiência energética em relação à que se tem hoje.
É economicamente viável reduzir as emissões dos gases do efeito estufa, em escala suficiente para resolver o problema?
Se nada for feito, a economia sofrerá um abalo descomunal. O Estudo Stern ( do ex-economista chefe do Banco Mundial Nicholas Stern) fala em perdas anuais de até 20% do PIB mundial.
Em economia, o que torna possível pagar o preço de uma solução é o valor do prejuízo causado pela inação.
O Estudo Stern calcula que o investimento anual necessário para resolver o problema chegaria a 1% do PIB mundial.
Não seria mais fácil resolver o problema através do desenvolvimento tecnológico?
Para atingir o desenvolvimento tecnológico necessário levará muito tempo e não é possível esperar mais para reduzir o consumo de energia e a emissão dos gases do efeito estufa.
Atitudes individuais, como economizar papel e água, por exemplo, surtem algum efeito?
Somente com atitudes individuais se poderá promover uma mudança no perfil de consumo, com impacto ambiental significativo. O planeta tem de buscar a máxima reciclagem dos produtos e torná-los mais duradouros.
Isso deve ocorrer paralelamente às mudanças em grande escala, como a substituição de fontes de energia e a otimização no uso dos transportes.
O que é de responsabilidade dos paises e o que compete exclusivamente aos cidadãos?
Devido à urgência são os governos que devem começar a fazer a sua parte primeiro.
É possível esperar que a humanidade consiga se adaptar plenamente, seja qual for a intensidade da mudança climática?
Dependendo da elevação da temperatura, torna-se impossível a adaptação, em razão da falta de água para beber e para a agricultura..
É preciso dizer que as mudanças não afetarão a humanidade de forma igual. Quem mora na Sibéria, por exemplo, se beneficiará. Para os países pobres da África, Ásia e América Latina, no entanto, elas serão prejudiciais, com o risco de migrações em massa.
O controle de emissões conforme estabelecido no tratado de Kioto terá algum resultado prático?
O único efeito prático foi deslanchar um vigoroso esforço mundial para o desenvolvimento de tecnologias alternativas.
O esforço conjunto dos países é o único caminho.
O que governos e organismos internacionais já estão fazendo de concreto?
Alguns países, como Inglaterra e Alemanha, estão tão avançados na busca de novas tecnologias que deverão alcançar, já no próximo ano, as metas definidas para 2012.
A união Européia começou a se impor novas metas, mais arrojadas, para 2020.
As medidas compensatórias como o mercado de créditos de carbono, terão resultados globais expressivos?
O resultado é pequeno, pois o mercado de carbono funciona como compensação.
Ou seja, o que se planta de árvores no Brasil apenas compensa o gás carbônico emitido por outro país. Ele não vai além. Conclusão: é bem-vindo, mas insuficiente.
Há tempo para evitar o desastre?
Ainda há tempo de evitar as conseqüências mais negativas, mas não todas.
A terra já está se aquecendo. O objetivo viável é evitar que se aqueça catastroficamente.
Título | Nobel no Planalto contra o aquecimento global. |
Publicação | Globo O País em jul/08 |
Suzana Kahn Ribeiro, Professora da Coppe/UFRJ, pesquisadora brasileira membro do IPCC é a nova secretária de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente.
O IPCC e Al Gore receberam o Prêmio Nobel da Paz.
A nova secretária tem metas ambiciosas, sendo a principal convencer o país de que o aquecimento global não é conversa de ecologista, e de que seus efeitos, como a elevação do nível do mar e o aumento da enchentes e das secas serão cada vez mais dramáticas.
Suzana tem a missão de ajudar o país a reduzir a liberação de gases que provocam o efeito estufa causado pelo desmatamento na Amazônia e no Cerrado com o deslocamento da fronteira agrícola.
A secretária adverte que o festejado crescimento econômico fortalece outro vilão do clima: a demando de energia. "Como o potencial hidrelétrico está se esgotando, a matriz energética brasileira vai ficar mais suja e a intenção é obrigar os donos de novas termelétricas a investir parte dos recursos na geração de energia renovável".
O lançamento na quinta feira da Política Nacional sobre Mudanças do Clima, mostra o interesse do presidente Lula de levar o tema a sério. No ministério a secretária quer exigir que os veículos passem a sair da fábrica com etiqueta informando sobre a sua eficiência como já ocorre com os equipamentos domésticos.
"O governo deve dar o exemplo adotando programas rigorosos de economia de energia no prédios públicos, lembrando ainda que o consumidor individual também tem sua responsabilidade na elevação da temperatura global".
Título | A maior vítima do aquecimento |
Publicação | Globo Ciência em jul/08 |
A Maplecroft uma consultoria britânica especializada em análise de risco realizou um estudo para avaliar a vulnerabilidade de 168 nações aos impactos produzidos pelo aquecimento global. Foram avaliados vários itens distintos, entre outros, reservas naturais, agricultura, saúde, população, infra-estrutura, economia e governo.
A vulnerabilidade é avaliada numa escala de pontos de 0 a 10, indicando do menos seguro ao mais seguro.
O país menos seguro com índice 1,21 é Comores é uma pequena nação que ocupa um conjunto de ilhas no Oceano Índico entre Moçambique e Madagascar. Comores é um país pobre, tem um regime político instável, torna-se muito vulnerável aos impactos das mudanças climáticas como a elevação do nível do mar e a desestabilização da agricultura.
O país mais seguro com índice 8,81 é o Canadá, seguido pela Irlanda, Noruega, Dinamarca e Suécia.
Os Estados Unidos ocupa a 11a colocação e o Reino Unido a 12a.
A surpresa deste estudo foi o Uruguai ocupando a 9a posição, sendo o único país não desenvolvido entre os 20 primeiros colocados neste ranking.
O Canadá mostrou-se extremamente bem preparado para se adaptar às mudanças climáticas por ser um país em que há pouca pressão sobre as suas reservas naturais, a população é pequena, existem grandes áreas disponíveis, há um excelente sistema de saúde, uma economia forte e instituições seguras.
A África é a região mais vulnerável, onde existem 8 entre os 10 países mais em risco.
Título | Kofi Annan diz em SP que clima é tema prioritário. |
Publicação | Globo Ciência em jul/08 |
O ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 2001. disse ontem em São Paulo que a questão ambiental deve ser vista como tema prioritário nas discussões de governos, empresas e organizações civis de todo o mundo.
Segundo ele, o trabalho para evitar a degradação do meio ambiente deve ser pago pelos países poluidores, que são os mais ricos, para ajudar os mais pobres.
Annan disse que é necessário definir quem vai cobrir os custos ambientais.
- Milhões de pessoas ainda não têm energia elétrica, portanto não poluem, e geralmente são as que mais sofrem com os danos ao ambiente .
Título | Ameaça climática |
Publicação | O Globo - Flávia Oliveira - Negócios & cia em ago/08 |
Freqüência e gravidade de catástrofes naturais preocupam o mercado segurador mundial.
Mudanças climáticas e questões ambientais estão no topo da lista de desafios que espreitam a indústria mundial de seguros.
A conclusão está na pesquisa Accenture's High Performance Business, em que a consultoria global em questão e serviços de tecnologia ouviu 108 analistas do mercado segurador em 14 países. Nove entre dez (90%) especialistas das maiores instituições financeiras do mundo mencionaram preocupação com a crescente freqüência e gravidade das catástrofes naturais. As seguradoras estão limitando exposições em algumas regiões, como Califórnia, América Central e Ásia.
Título | Ligados na ameaça do clima |
Publicação | Globo Ciência em set/08 |
Uma
pesquisa sobre mudanças climáticas foi realizada pelo ISER entre janeiro e
março deste ano.
O Instituto ouviu a opinião não apenas da chamada sociedade civil, mas também
de cientistas, empresários, professores, ONGs, imprensa e políticos, formando
um seleto painel daqueles que os autores classificaram como líderes de cada
setor.
- São indivíduos que têm uma trajetória profissional consolidada e ocupam posições estratégicas em sua área de atuação, explica a coordenadora da pesquisa Samyra Crespo, cientista social do ISER.
O resultado apresentado abaixo mostra que as mudanças climáticas não são mais um assunto criado por ambientalistas fanáticos e sim uma realidade preocupante. Alguns detalhes do resultado desta pesquisa são resumidos e mostrados nas figuras abaixo.
Comentário Alfaconnection:
É necessário fazer campanhas esclarecedoras para que a sociedade entenda que o problema central do aquecimento planetário e as mudanças climáticas é a produção de energia e o seu consumo consciente.
Título | Atuação do políticos é criticada |
Publicação | Globo Ciência em set/08 |
Os
políticos são o grupo mais fracamente engajado no tema mudanças climáticas,
constatou a pesquisa do ISER.
Estes por sua vez admitem que ainda não se dá a devida importância à
questão climática. Para os parlamentares, isso se deve ao fato de que o
Executivo ainda não se definiu.
Perdidos no meio deste jogo de empurra,acham que o Brasil vem desprezando a chance de se tornar o líder dos países emergentes no tema.
É como se estivéssemos esperando o surgimento de uma liderança que entenda essa vocação do Brasil para se tornar uma potência verde - diz Samyra Crespo, cientista social e coordenadora da pesquisa do ISER.
Comentário Alfaconnection.
A atitude dúbia dos políticos não ocorre somente no Brasil, é comum entre a maioria dos políticos mundiais que não querem abordar temas que envolvem muitos eleitores e que provavelmente irá desagradar muitos deles. Citando apenas dois exemplos bem marcantes:
O Presidente dos EUA proibiu que todos os cientistas ligados ao governo falem ou escrevam sobre mudanças climáticas.
A
candidata à Vice Presidente dos EUA e atual governadora do Alasca afirmou numa
entrevista que as mudanças climáticas não se fazem sentir no Alasca.
Todos os cientistas sabem que as mudanças climáticas são mais intensas e
marcantes na Região Ártica.
Veja mais detalhes em Permafrost
Título | Terra vale menos que as bolsas |
Publicação | O Globo em out/08 |
Salvar a Terra é mais barato do que salvar as bolsas. Em menos de 1 ano o derretimento do sistema financeiro internacional custou mais de US$ 2 trilhões.
O pacote de países europeus para os bancos é de US$ 1,36 trilhão e nos EUA se fala em algo em torno de US$ 3 trilhões.
Nícholas Stern ex-economista chefe do Banco Mundial em seu relatório estimou que consertar o clima até o fim do século custaria de 1% a 3% do PIB mundial (1% do PIB equivale a US$ 0,65 trilhões) caso os governos se mexessem agora.Não fazer nada custará 20% do PIB planetário. E mesmo assim os governos dão sinais de que não farão mesmo nada significativo.
As bolsas não são as únicas a derreter, o gelo dos pólos vai literalmente por água abaixo e, com ele, o sistema climático. Em 2013, não haverá mais gelo no verão do Ártico.
A Bolsa de Nova York não quebrava há 80 anos, o Ártico não derretia dessa forma há 3 milhões de anos.
Um climatologista lembrou esta semana no jornal inglês "Independent" que o Ártico é "o canário de mina" das mudanças climáticas. O problema é que o passarinho, pelo visto, já morreu.
Título | Sarkosy garante plano contra aquecimento. |
Publicação | O Globo em out/08 |
Reunião da UE mantém as metas apesar da crise financeira.
Um grupo de 9 países - Bulgária, Estônia, Eslováquia, Hungria, Letônia, Lituânia, Polônia e Romênia, liderados pela Itália - pediu que a UE diminuísse as metas de redução de emissão dos gases do efeito estufa, levando em consideração a gravidade da situação econômica.
Mas Sarkosy, atualmente na presidência da União Européia - UE - suportou a pressão e recusou a proposta afirmando que a crise não pode travar a ambição dos países europeus de reduzir os gases estufa, mantendo o chamado objetivo 20-20-20, redução de 20% das emissões, obter 20% da energia consumida por fontes renováveis e diminuir em 20% o consumo energético mundial.
Além disso, o acordo prevê que os biocombustíveis representem 109% de todos os combustíveis usados no transporte. Tudo isso para o ano limite 2020.
Sarkosy afirmou que há um compromisso "de encontrar soluções para os países que manifestarem problemas."
Título | Terra a caminho do pior cenário climático. |
Publicação | O Globo em nov/08 |
A Agência Internacional de Energia em seu relatório "Panorama Global de Energia 2008" alerta que a temperatura média do planeta poderá subir de 6oC até o fim do século se o consumo de energia continuar crescendo.
Esta elevação de temperatura é maior que a prevista no mais grave cenário traçado pelo IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU), podendo romper o equilíbrio climático no planeta.
O motivo da previsão pessimista, segundo a Agência, é que o mundo não dá sinais de que vá consumir menos energia, e que a única maneira de reverter esse cenário é o estabelecimento de metas mais rigorosas para o consumo e produção de energia, na próxima grande cúpula climática, marcada para dezembro de 2009 em Copenhague.
Título | Projeções climáticas |
Publicação | Globo Ciência em nov/08 |
O Hadley Center, fundado em 1990 e desde então uma referência em pesquisas climáticas realizou projeções no cenário de um aumento de temperatura planetária de 3 graus Celsius.
A Floresta Amazônica teria grandes perdas e sofreria enormes modificações em sua estrutura.
Se as emissões de gases do efeito estufa fossem estabilizas, as chances da elevação de temperatura de ultrapassar 3 graus Celsius ainda seria de 20%.
Entre 7 e 15 milhões de pessoas seriam afetadas pela elevação do nível do mar.
As chances de o aumento de temperatura global ultrapassar os 2 graus Celsius, limite considerado irreversível, neste século são de 75%.
O Hadley Center desenvolve atualmente uma parceria com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), como parte do projeto "Mudanças Climáticas no Brasil".
Título | Mistério climático |
Publicação | Globo Ciência em nov/08 |
Começa experiência para descobrir se Amazônia agrava ou ameniza crise de CO2.
Sabemos que a floresta tropical absorve CO2 por intermédio da fotossíntese.
Sabemos também que a decomposição da matéria orgânica no solo da floresta produz CO2 e outros gases do efeito estufa.
É importante saber se o gás seqüestrado é maior ou menor que o produzido pela floresta.
O pesquisador Paulo Artaxo, do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA) e da Universidade de São Paulo (USP), começou esta semana uma experiência na floresta.
A experiência consiste, essencialmente em medir os fluxos de carbono na Amazônia, utilizando um avião totalmente equipado para esta medição. O objetivo é responder a questão sobre se a floresta é uma fonte ou um sorvedouro de carbono.
O grupo de Artaxo fará vôos por toda a floresta fazendo medições precisas das concentrações de dióxido de carbono, monóxido de carbono, ozônio e outras partículas.
O balanço de carbono varia conforme a fertilidade de cada área, as chuvas, a radiação solar e diversos outros fatores. Modelos matemáticos do balanço de carbono na Amazônia ainda estão sendo elaborados e aprimorados.
O início deste estudo foi anunciado oficialmente ontem, na abertura da conferência internacional - Amazônia em Perspectiva - Ciência Integrada para um Futuro Sustentável, que reúne cerca de mil pesquisadores em Manaus.
Título | Países da UE fecham um acordo sobre clima. |
Publicação | Globo Ciência em dez/08 |
Após um ano de intensas Negociações os líderes da União Européia conseguiram fechar um acordo ontem em Bruxelas. trata-se do objetivo 20-20-20, redução de 20% das emissões, obter 20% da energia consumida por fontes renováveis e diminuir em 20% o consumo energético mundial.
Segundo Sarkozy, presidente francês, que ocupa a presidência rotativa da UE, o acordo só foi possível após um acerto de compensações com nove países do leste europeu, que tem matrizes energéticas baseados na queima de carvão, ou seja, altamente poluente. Nenhum país do mundo apresentou regras tão rígidas para o combate ao aquecimento global, a Europa já pode dizer que fez a sua parte - saudou Sarkozy.
O acordo, porém foi criticado por algumas organizações ambientais, já que segundo elas, beneficia setores industriais e coloca os interesses das grandes corporações à frente do meio ambiente.
- Subsidiar os maiores poluidores é imoral e contraproducente - disse Sanjeev Kumar , do WWF.
Título | Ambientalismo é guiado pelo medo |
Publicação | Globo Ciência em dez/08 |
Ex-integrante do Greenpeace defende hoje energia nuclear e manejo sustentável.
Patrick Moore deixou o Greenpeace - do qual foi co-fundador e onde trabalhou por nove anos - é atualmente diretor da NextEnergy Solutions, a maior distribuidora de energia geotérmica do Canadá, participa na próxima terça-feira, no Rio, do XII congresso Brasileiro de Energia, patrocinado pela Indústrias Nucleares do Brasil e Eletronuclear.
Moore declara que o movimento ambiental não é guiado pela ciência.
- Na área de energia, muitos grupos defendem a eliminação da energia fóssil, nuclear e hidroelétrica, que respondem por 99% da energia no mundo. Não estão sendo realistas, nem baseando suas opiniões em ciência. É impossível eliminar tudo isso e ainda termos a nossa civilização.
- Eles dizem que as energias renováveis são suficientes. Estão desinformando as pessoas, contando histórias impossíveis de serem atingidas.
O ambientalismo é guiado hoje por campanhas de desinformação e medo, nas quais não há ciência para embasar. A maioria dos militantes é ingênua e acredita nas notícias que surgem na mídia.
Título | Solução latina para aquecimento |
Publicação | Globo Ciência em dez/08 |
Banco Mundial (Bird) diz que países ricos devem financiar projetos latino-americanos.
O Bird considera a América Latina como a região com maior capacidade de implementar soluções inovadoras para evitar uma crise climática, em especial devido ao papel que a Amazônia representa no equilíbrio ambiental do planeta e coloca nos ombros dos países ricos a maior responsabilidade sobre o desastre ambiental que se avizinha, caso não forem tomadas medidas urgentes para estancar a deterioração.
Estudo detalhado realizado pelo Bird intitulado "Baixas emissões de carbono, alto crescimento. A resposta da América Latina para a crise." revela:
Até 2004 a energia consumida per capta relacionada a emissão de gás carbônico nos países ricos foi 10 vezes maior que nos países em desenvolvimento.
No mesmo período 20% da população mundial (população dos países ricos) foi responsável por 75% da emissão mundial de gás carbônico, incluindo todas as fontes até as queimadas produzidas para o desmatamento.
Consta ainda do relatório que "os países ricos devem assumir uma parcela bem maior do custo associado à redução de emissão de carbono."
Pamela Cox, vice-presidente do Bird para a América Latina, vê uma grande oportunidade de aumento de arrecadação para a região nos investimentos que os países ricos venham a fazer, dirigidos especificamente à preservação do meio ambiente e também a incentivar um desenvolvimento econômico através da adoção de políticas "verdes", com preocupação climática. Esta abordagem poderia apoiar simultaneamente a recuperação econômica e estimular o crescimento nas áreas que atenuam o impacto das mudanças climáticas.
Augusto de la Torre, economista-chefe do Bird, fez um alerta. Ele disse que diante da atual crise financeira mundial, ainda pode demorar para que surjam volumes substanciais de capital para investimentos em tecnologias "verdes".
Título | Conseqüências do caos no clima da América Latina. |
Publicação | Globo Ciência em dez/08 |
O último relatório do Banco Mundial destaca que impactos negativos nas mudanças climáticas já são visíveis na América Latina e se agravarão ainda mais até o fim do século.
Entre os pontos destacados pelo Bird estão:
Amazônia: Uma elevação de temperatura de 2 a 3 graus Celsius poderá levar à perda de 20% a 80% da floresta. Uma possível redução de 50% das chuvas causará a savanização de parte da mata, com impacto no clima do Hemisfério Sul.
Agricultura: A produção poderá ser drasticamente reduzida em algumas áreas, com perdas de até 50% em 2100 na América do Sul.
Água: O número de pessoas que sofrem com a escassez chegará a 20 milhões em 2055.
Degelo dos Andes: Muitas geleiras estão em retração. Se prevê que a maioria das de baixa altitude desaparecerá em 20 anos, com conseqüências para o meio ambiente e o abastecimento de água.
Corais: 30% dos corais do Caribe morreram desde 1980. Todos os corais da região poderão morrer até 2060. O fim dos corais terá conseqüêncas para a proteção costeira, o turismo e a biodiversidade.
Desastres naturais: Catástrofes associadas ao clima, cheias, secas e tempestades já consomem grande parte do PIB dos países afetados. Os prejuízos causados por furações no México devem aumentar 10 vezes.
Doenças: Dengue e malária devem se expandir na América do Sul.
Título | Estações do ano chegam dois dias antes |
Publicação | Globo Ciência em jan/09 |
Ação humana pode estar causando variações e alterações dos picos de calor e frio.
Um estudo realizado por cientistas das universidades de Berkeley e Harvard publicado na revista Nature revela que não só houve um aumento da temperatura média global nos últimos 50 anos, mas as estações do ano tem tido o seu início alterado, chegando até dois dias antes do normal, tanto no hemisfério Sul como no Hemisfério Norte.
- Há 100 anos existe um padrão de variabilidade natural - revela o estudo. - Em seguida, vemos uma grande quebra desse padrão, ao mesmo tempo que a temperatura média global começa a aumentar, o que nos faz suspeitar da influência da atividade humana.
Padrões de circulação atmosférica também estão mudando. O padrão de circulação atmosférica, conhecido como Modo Anular Norte, é o mais importante para controlar o tipo do vento e para controlar a chegada das estações. Uma mudanças na intensidade e na direção dos ventos pode mover uma grande quantidade de calor do oceano para a terra, oque pode afetar o calendário das estações.
Título | Enigma no ar consequências na terra |
Publicação | Globo Ciência em jan/09 |
Fenômeno de atuação pouco conhecida causa a instabilidade do clima.
A zona de convergência do Atlântico Sul - ZCAS - pode estar por trás da chuvas que castigaram Santa Catarina em novembro de 2008.
O que causa a ZCAS e a razão de sua vigência ainda são desconhecidas dos pesquisadores afirma Isimar de Azevedo Santos, professor de meteorologia da UFRJ.
- As ZCAS são processos ligados a outros fenômenos atmosféricos globais, como a circulação atmosférica. O que sabemos é que elas dividem o ar quente do ar frio e que permanecem vários dias sobre uma região, trazendo nuvens e chuvas não contínuas.
O climatologista José Marengo do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais afirma que não temos dados suficientes para analisar a influência do aquecimento global na formação das ZCAS.
- As chuvas intensas nas regiões Sul e Sudeste são ampliadas pela influência de La Niña. O Oceano Atlântico com suas águas mais quentes que o Oceano Pacífico causa mais evaporação, que gera mais umidade no ar, que é levada pelos ventos para o continente.
Título | Raios passam a matar mais no Brasil |
Publicação | Globo Ciência em jan/09 |
País teve 75 casos fatais em 2008, o maior número da década. La Niña seria a causa.
O Brasil tem a maior incidência de descargas elétricas no mundo, causando prejuízos anuais de 500 milhões de reais.
Um estudo realizado pelo Grupo de Eletricidade atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (ELAT/INPE) mostra que o n[úmero de raios que atingiu o país em 2008 - mais de 60 milhões- foi superior ao registrado em 2007, com um aumento significativo nas regiões Norte e Nordeste devido a formação da La Niña. A região Sudeste continua a campeã de incidência de raios no país.
Título | 2009 será um dos mais quentes da história. |
Publicação | Globo Ciência em jan/09 |
Os cientistas e pesquisadores, Peter Stott do centro de meteorologia do Reino Unido (Met Office) e Phil Jones diretor da unidade de pesquisa climática da Universidade de Norwich realizam pesquisas e medições da temperatura média planetária.
Desde 2000 a medida da temperatura média da Terra foi realizada com uma margem máxima de erro de 0,06 grau Celsius.
Os pesquisadores constataram que a temperatura do planeta vem aumentando gradualmente. Este aquecimento é causado principalmente pelas ações humanas.
Os fenômenos El Niño (fenômeno meteorológico responsável pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico) e La Niña (fenômeno meteorológico responsável pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico) influenciam também a temperatura planetária.
Segundo as pesquisas a temperatura média do planeta em 2009 será de 14,44 graus Celsius, ou seja 0,44 grau acima da média oficial registrada desde a década de 60. O aquecimento será moderado pela ação do La Niña.
Passado 2009 os cientistas acreditam que os níveis atuais de temperaturas máximas sejam superados quando se desenvolver um novo El Niño.
Está provado que sem a influência humana as possibilidades de termos um ano tão quente como 2008 seriam 50 vezes menores.
Título | Solução radical para aquecimento. |
Publicação | Globo Ciência em jan/09 |
Numa experiência polêmica, alemães lançam ferro no oceano para aumentar absorção de CO2.
Com o sinal verde do Ministério da Ciência e Tecnologia da Alemanha, mas sob protestos de ambientalistas e do próprio Ministério do Meio Ambiente, teve início um dos mais ambiciosos e polêmicos projetos de combate ao aquecimento global.
Tendo como base o navio Polarstern, cientistas de seis países, entre eles Alemanha, Índia, França e Chile, lançaram, nos últimos dois dias 20 toneladas de partículas de sulfato de ferro em uma área de 300 quilômetros quadrados do Oceano Antártico, com o objetivo de verificar se o ferro adubando as águas pode contribuir para o aumento de plâncton na região e, assim contribuir para um aumento de absorção do CO2 na atmosfera.
Estudos recentes apontam que cortes drásticos nas emissões de CO2 realizados agora já não seria mais possível deter o aquecimento do planeta.
Protestos contra a experiência que poderia ter devastadores efeito sobre a biodiversidade.
Esterilização de vastas áreas do oceano.
Emissão do metano e do óxido nítrico, gases mais potentes que o gás carbônico em relação ao efeito estufa.
Maior absorção da energia solar acarretando uma aumento da temperatura local.
Surgimento de algas venenosas.
O Instituto Alfred Wegener que coordena a experiência do lado alemão descarta o perigo apontado por ecologistas do surgimento de algas venenosas, uma vez que a experiência está sendo feita em um sistema praticamente fechado, onde há um redemoinho marítimo que impede o transporte das algas para outras regiões.
Título | Clima na era Obama |
Publicação | Globo - O Mundo em fev/09 |
Expectativa de meta nacional de emissões e pacto global.
A decisão do presidente dos EUA de forçar a indústria automobilística do país a produzir carros menos poluentes está sendo vista como o mais claro sinal de que Obama pretende regular de forma nacional as emissões de gases de efeito estufa, e que estaria disposto a debater metas globais e o novo acordo que entre em vigor em 2012.
A medida anunciada por Obama pode fazer com que a Agência de Proteção Ambiental - EPA, sigla em inglês - torne as emissões de CO2 sujeitas a regulações dentro da lei e que poderia se estender para bem além do controle de carros e caminhões para refinarias e indústrias.
O atual governo já afirmou estar bem ciente da gravidade da situação e das dificuldades a serem enfrentadas.
A Secretária de Estado Hillary Clinton afirmou que a urgência da crise climática global não pode ser subestimada e que a ciência por trás dos fatos não será ignorada ou minimizada. É tempo de realismo e ação.
Um novo estudo divulgado ontem de autoria de pesquisadores que integram o IPCC revelou que a situação é tão grave que mesmo se a queima de combustíveis fósseis fosse totalmente interrompida hoje, o planeta provavelmente só se recuperaria completamente em mil anos.
Título | Clima: Europa cobra presença dos EUA. |
Publicação | Globo - O Mundo em jan/09 |
Bloco propõe estabelecimento de mercado global de créditos de carbono para gerar renda.
A Europa cobrou ontem do novo presidente dos EUA, que estabeleça metas de redução interna dos gases do efeito estufa e se junte ao bloco na luta contra as mudanças climáticas.
A Comissão Européia apresentou a proposta de criação de um mercado global para comércio de créditos de carbono como parte de um plano par enfrentar o aquecimento global. Foi sugerido investimentos de aproximadamente US$ 312 bilhões no desenvolvimento de tecnologias limpas, dos quais a metade iria para as nações em desenvolvimento para que possam se adaptar às mudanças climáticas que já são consideradas inevitáveis.
O comissário europeu para o Meio Ambiente, Stavros Dimas, afirmou que sem um acordo financeiro global não haverá entendimento algum na Dinamarca. Sem dinheiro não há acordo
Título | Campanha por mais escolas verdes aumenta nos EUA. |
Publicação | Globo - O Mundo em fev/09 |
A organização Go Greem Iniciative administra escolas verdes em todos os 50 estados americanos, com mais de 2 milhões de alunos e 200 mil professores.
As escolas verdes são centros de educação ambientalmente corretos.
A campanha por mais escolas verdes vem sendo liderada por 20 prefeitos de grandes cidades americanas, entre elas Nova York, São Francisco, Seatle e Miami.
Segundo Jill Buck, da Go Greem mesmo com a crise econômica o programa continua a crescer e desde outubro passado nós somamos 211 escolas em 35 estados.
As escolas que aderem ao programa se comprometem com metas de economia de energia, papel, água e alimentos, evitam o uso de materiais que não são biodegradáveis, fazem uma cuidadosa reciclagem do lixo e o tratamento do esgoto.
O programa também ajuda a formar professores para esclarecer dúvidas sobre ecologia e principalmente o combate ao aquecimento global.
Karen Hollweg, presidente da Associação Americana para Educação Ambiental, diz que implementar a idéia de uma educação ecologicamente correta e um estilo de vida ambientalmente sustentável não é uma questão de investimento financeiro, mas de engajamento comunitário.
Karen avalia que o mais importante no processo de educação ambiental é dar aos alunos experiências cotidianas, embasadas em informações científicas, de combate à poluição e ao aquecimento global, para que eles fiquem engajados no processo de questionar seus hábitos e analisar as consequências de suas escolhas.
Título | Hillary destaca a crise climática. |
Publicação | Globo - O Mundo em fev/09 |
Hillary Clinton Secretária de Estado na sua viagem à China, encontrou-se com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, e com o presidente, Hu Jintao, e reafirmou o compromisso americano de trabalhar com o país para o combate da crise econômica, para garantir a segurança da região e principalmente combater o aquecimento global.
Hillary pediu mais empenho de Pequim no combate ao aquecimento global citando o próprio passado americano.
- Esperamos que vocês não cometam o mesmo erro que nós cometemos - afirmou Hillary, referindo-se ao processo de industrialização altamente poluidor dos EUA. - Quando nós nos industrializávamos, não conhecíamos bem a situação. Agora somos inteligentes o suficiente para escolher o modo certo de crescer.
Título | Cada vez mais noites quentes. |
Publicação | Globo - Ciência em mar/09 |
Aquecimento também faz com que chuvas se intensifiquem no país.
As mudanças climáticas já afetam o Brasil, com um aumento na quantidade de noites quentes nas regiões sul e sudeste do país confirmando a tendência de extremos climáticos, apontada pelos recentes relatórios do IPCC.
Um estudo realizado pelo CPTEC/Inpe em conjunto com o Hadley Centre, no Reino Unido e publicado na revista "International Journal of Climatology" revela que a maior quantidade de noites quentes pode afetar negativamente a agricultura nessas regiões e também acarretar um maior consumo de energia nas áreas urbanas.
José Marengo, um dos autores do estudo, afirma que foi constatado um aumento de noites quentes em todo o país e consequentemente o percentual de noites frias está diminuindo acarretando um estresse na agricultura com fortes perdas econômicas. As noites quentes acarretam nas zonas urbanas um maior uso de aparelhos de ar condicionado aumentando muito a energia consumida.
Marengo afirma ainda que nossos modelos climáticos indicam que as chuvas intensas podem aumentar ainda mais. Estas chuvas afetam fortemente as frágeis estruturas urbanas com galerias de águas pluviais dimensionadas para menores volumes.
O estudo prevê também um aumento dos veranicos no nordeste da Amazônia, que é semi-úmido. Mais secas e períodos de veranicos, ou seja, dias seguidos sem chuva, podem fazer com que a floresta entre em colapso, levando ao desenvolvimento de outro tipo de vegetação mais próximo das savanas.
Título | Mais temporais, menos garoas. |
Publicação | Globo Ciência em mar/09 |
Aquecimento global altera regime de chuvas no país com danos para cultivos.
Uma pesquisa desenvolvida pelo Departamento de Agrometeorologia da Embrapa, revela que o Brasil está sofrendo uma mudança severa no regime de chuvas.
As médias de precipitações leves, consideradas as mais benéficas para a agricultura e que não causam estragos no meio urbano, de 5 milímetros de precipitação por dia, estão praticamente desaparecendo. Ao mesmo tempo, a frequência de chuvas com com mais de 50 milímetros de precipitação por dia, estão aumentando.
Nas regiões metropolitanas, onde a urbanização e o desmatamento são maiores, os efeitos se agravam mais, com em São Paulo antiga "terra da garoa", praticamente não tem mais garoa.
De acordo com a pesquisa, os danos causados pela mudança no regime das precipitações são o aumento da erosão e do assoreamento dos rios, além dos prejuízos diretos que os temporais sempre causam nas metrópoles.
Para a agricultura, no entanto, embora as chuvas finas sejam as mais benéficas, já existe tecnologia disponível para a proteção do solo.
Outra pesquisa da Embrapa indicou que as temperatura mínimas sofreram um aumento de 4 graus Celsius nos últimos 100 anos, durante os meses de inverno. Neste caso, os efeitos para a agricultura são piores. As culturas perenes, como pastagens, fruteiras, canaviais e cafezais sofrerão mais o impacto da elevação das temperaturas mínimas no inverno.
Título | Estratégia nova contra os danos causados pela instabilidade climática. |
Publicação | Globo Ciência, caderno O CAOS NO CLIMA em abr/09 |
O Ministério da Saúde considera que as mudanças climáticas já causam danos à população. Tanto que começou a montar um grupo especial que formulará políticas públicas voltadas para os efeitos das alterações do clima.
De acordo com o ministério, a medida se deve às evidências científicas internacionais, às pesquisas nacionais e aos indícios de seus efeitos na saúde dos brasileiros.
A proposta é que o grupo, multidisciplinar, passe a ajudar na formulação de políticas ainda este ano. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão tem afirmado não ter dúvidas de que as alterações podem estar aumentando os casos de febre amarela.
Alguns relatos começam a chegar ao MS, mas carecem de pesquisas específicas. É o caso do aumento de casos de leptospirose em Santa Catarina, por causa das últimas enchentes que destruíram o estado, avalia o MS.
Outro é o aumento de registros de febre amarela no Rio Grande do Sul, que teria relação com alterações no clima.
Título | Programa calcula impacto na saúde. |
Publicação | Globo Ciência, caderno O CAOS NO CLIMA em abr/09 |
Dados ajudam a prever internações por doenças como leptospirose.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) desenvolve um programa que calcula os efeitos das condições do tempo na saúde da população de 13 capitais brasileiras. O modelo cruza variáveis meteorológicas, inclusive o conforto térmico humano com os dados de internações hospitalares. O programa consegue prever internações por leptospirose com 10 dias de antecedência. O programa consegue prever internações a partir da análise biometeorológica e da poluição do ar. Por exemplo, quando aumenta o nível de ozônio provocado pelo calor há uma aumento de incidências de doenças respiratórias e cardíacas.
Título | Aquecimento letal. |
Publicação | Globo Ciência, caderno O CAOS NO CLIMA em abr/09 |
Mudanças climáticas aumentam mortalidade de idosos nas metrópoles brasileiras.
O que era previsão de cientistas já é realidade nas grandes metrópoles brasileiras. O clima hoje mata mais. Associadas ao padrão do aquecimento global, as ondas de calor ou de frio extremos aumentaram a mortalidade de idosos em São Paulo, revela uma pesquisa inédita da Universidade de São Paulo (USP).
Os cientistas estimam que a mortalidade vem crescendo desde 2005, quando as ondas severas de frio e calor começaram a ser frequentes.
Os idosos são os mais vulneráveis, mas toda a população sofre. O custo de saúde pública com cada grupo de 10 mortes por extremos climáticos chega a US$ 5 milhões, segundo a pesquisa realizada pelo Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da Faculdade de Medicina da USP.
A pesquisadora Simone Miraglia do Laboratório de Poluição da USP e do Centro Universitário Senac destaca que mais gente doente significa mais internações, menor produtividade e mais mortes prematuras. Pelos cálculos da pesquisadora, devido a poluição, a cada ano a capital paulista perde US$ 200 milhões em dinheiro público, contados só crianças e idosos.
Outra pesquisa, da Universidade Federal do Paraná, demonstra mais um efeito do clima: o aumento da dengue e da leptospirose no Sul do país.
Houve uma elevação média de temperatura de 1,3 a 1,5 graus Celsius entre 1970 e 1990. Os invernos estão menos frios e mais secos e os finais de primavera, mais chuvosos, o que favorece o mosquito da dengue. As chuvas também estão mais concentradas, o que favorece ao aparecimento de leptospirose.
Título | Migrações agrícolas. |
Publicação | Globo Ciência, caderno O CAOS NO CLIMA em abr/09 |
Com cada vez menos frio, Santa Catarina muda plantações para não perder produção
Agricultores do Sul do Brasil colhem na roça as mudanças climáticas que cientistas observam com satélites e outros equipamentos.
O frio diminui na Região Sul e produtores de culturas mais vulneráveis, como maçã e ameixa têm precisado adaptar lavouras para manter a produção.
Dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina - Epagri - revelam que o oeste do estado está mais quente e seco e o litoral mais chuvoso.
O engenheiro agrônomo João Mena Neto responsável pela área técnica da Fischer, maior produtoras de maças do Brasil, revela: - Percebemos as mudanças nos pomares e em nossas medições. O calor tem aumentado muito. Sabemos que o aquecimento é irreversível e já iniciamos as adaptações. Estamos deslocando as plantações que dependem de mais horas de frio de Friburgo para São Joaquim, que é a cidade mais fria do Brasil.
A maçã Fuji precisa de um total de 600 horas de frio inferior a 7,2 graus Celsius a cada inverno para se desenvolver.
Gabriel Berenhauser Leite chefe da estação experimental da Epagri em Caçador explica que a temperatura média mensal medida em janeiro subiu 1,3 graus Celsius entre 1960 e 2009 e que o inverno encolheu em 3,8 dias, o que significa apenas 300 horas de temperaturas inferiores a 7,2 graus Celsius, inviabilizando a cultura da maçã.
- Se a temperatura média subir de 1,3 para 2 graus a cultura da maçã estará inviabilizada em todo o meio-oeste catarinense. Neste cenário, o clima será propício apenas para outra culturas como banana.
O fruticultor de Friburgo, Leodir Francescatto, conta estar se defrontando com um fenômeno inédito para ele: o "cozimento" das ameixas antes da colheita. Estou deixando de produzir ameixas e talvez faça o mesmo com as maçãs - Estou assustado com as mudanças no clima, não sabemos mais nada sobre as estações, elas não são mais definidas, temos geadas em dezembro e janeiro, por exemplo.
Marli Cesca, dona de vinícola em Salto Veloso (SC) tem reclamações parecidas. As plantas são muito atingidas pelas geadas fora de época que derrubam as flores. Depois, tem acontecido o apodrecimento dos frutos ainda no pé, possivelmente por causa do aumento do calor. E ninguém está fazendo nada para que isso melhore, desabafa Marli.
Título | O campo no limite. |
Publicação | Globo Ciência, caderno O CAOS NO CLIMA em abr/09 |
Aquecimento põe produção em risco
As transformações no clima do Brasil têm intensificado a ameaça de pragas para a agricultura e levado ao limite o desafio de melhorar geneticamente plantações para que resistam a condições extremas de seca, chuvas e calor. A elevação da temperatura média dos estados do Sul e mudanças no regime de chuvas já causam prejuízos para as culturas de feijão, soja, milho, café, trigo, cevada arroz e das frutas que dependem do frio.
O agrometeorologista Eduardo Assad, chefe da Embrapa Informática Agropecuária afirma que o aumento da temperatura acelerou a fotossíntese, mas a planta não tem tempo de usar a energia extra, não conseguindo gerar mais grãos, por exemplo. Revela ainda que a ciência tem evitado efeitos piores na agricultura brasileira, graças a melhoramentos genéticos e a técnicas de cultivo, mas essa capacidade tem limites. Com 1 grau Celsius a mais, é possível obter bons resultados, porem 2 graus extras tornam tudo mais difícil. Temperaturas altas causam o abortamento das floradas em todo o país.
Nas lavoras do Sul, Centro-Oeste e Sudeste a ferrugem e outras doenças fúngicas estão aumentando em virtude da combinação do excesso de chuvas e temperaturas muito elevadas.
A intensidade e a concentração das chuvas mudou, embora a quantidade de água seja a mesma. A incidência de tempestades dobrou, acarretando uma forte erosão, enquanto as chuvas de 5 mm, melhores para a agricultura, diminuíram.
A Embrapa revelou que as mudanças climáticas estão provocando sérios danos na cultura da cevada, do trigo e do arroz irrigado.
A cevada é atacada por um fungo que produz toxinas. A cevada contaminada não serve mais para a cerveja. O consumo frequente da cerveja contaminada é capaz de causar câncer no intestino. A produção da cevada no Sul do país está se tornado inviável.
No caso do trigo para o pão a sua qualidade vem caindo. O trigo in natura como o usado na produção do quibe pode causar contaminação humana.
A produção do arroz irrigado é reduzida em aproximadamente 10% a cada elevação de 1 grau Celsius da temperatura média .
Título | Mudanças climáticas já matam 315 mil por ano. |
Publicação | Globo Ciência, caderno O MUNDO em mai/09 |
Relatório divulgado pelo Fórum Humanitário Global (FHG), entidade presidida pelo ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annam revela que o aquecimento global já é responsável por 315.000 mortes anuais em todo o mundo e que em duas décadas deve dobrar.
O relatório Intitulado “Anatomia de uma crise silenciosa” foi apresentado ontem em Londres por Kofi Annam. O estudo pede especial atenção aos chamados refugiados climáticos: 500 milhões de pessoas consideradas extremamente vulneráveis, por viverem em países propensos a secas, inundações, tempestades, elevação do nível do mar e desertificação.
Das 20 nações mais vulneráveis ao aquecimento global, 15 ficam na África.
Kofi Annam declarou que espera que todas as nações que forem a Copenhague se alinhem em torno do mais ambicioso acordo climático internacional já negociado, referindo-se à conferência sobre o clima, que vai acontecer em dezembro, quando deve ser acertado um tratado para substituir o Protocolo de Kioto. Segundo Annam a alternativa é a fome, a migração, e a doença em massa.
Os prejuízos decorrentes do aquecimento global já ultrapassam os US$ 125 bilhões por ano. Enquanto isso, as verbas internacionais destinadas ao combate às mudanças climáticas são de aproximadamente US$ 400 milhões por ano.
O relatório ainda ressalta que os desastres naturais, ligados às mudanças climáticas, aumentaram de frequência e intensidade nos últimos 30 anos, com impactos na saúde e no abastecimento de água.