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Lucien Silvano Alhanati
Matas e florestas
Você precisa ler as mais recentes notícias resumidas sobre matas e florestas.
Título | Indonésia: Queimadas ameaçam causar catástrofe ambiental. |
Publicação | Globo Ciência em abr/08 |
Depois do Brasil, a Indonésia é o país que mais queima suas matas no mundo.
Um estudo do Centro para a Biodiversidade da Associação de Países do Sudeste Asiático alertou ontem que se o ritmo atual de desmatamento continuar, a Indonésia perderá 3/4 de sua área de florestas e 40% da flora e da fauna dentro de 100 anos.
Além de possuir espécies exclusivas, a Indonésia tem hoje muitas plantas e animais ameaçados de extinção. O caso mais conhecido é o do orangotango.
Título | Desmatamento em Papua Nova Guiné |
Publicação | Globo Ciência em jun/08 |
Floresta perto do colapso, o desmatamento em Papua Nova Guiné atinge níveis críticos. O desmatamento é tão rápido que até 2021 metade de suas árvores pode estar perdida.
Papua Nove Guiné possui a 3a maior floresta tropical do mundo ( a 2a é da Indonésia e a 1a é a Amazônica).
O desmatamento esta sendo realizado a uma taxa de 362 mil hectares por ano desde 2001.
A floresta está sendo cortada de forma descontrolada - diz Phil Shearman principal autor de um estudo feito pela Universidade de Papua Nova Guiné em parceria com a Universidade Nacional da Austrália - isso acontece sem preocupações com as conseqüências para o meio ambiente e com a cumplicidade das autoridades.
- Se as autoridades continuarem a permitir que empresas multinacionais sigam retirando tudo o que querem da floresta, não vai restar quase nada para negociar no sentido da exploração sustentável.
Título | Salvação polêmica para as florestas. |
Publicação | Globo Ciência em out/08 |
Grã-Bretanha propõe que paises ricos financiem preservação das matas.
O governo britânico divulgou ontem um plano para proteger as florestas tropicais em paises emergentes, elaborada pelo empresário sueco John Eliasch, assessor para florestas do primeiro-ministro Gordon Brawn.
John Eliasch é o milionário sueco que criou polêmica com uma campanha de coleta de fundos para comprar parte da floresta amazônica brasileira.
Modelos incluídos no estudo que deu origem ao plano estimam que os custos gerados perda de florestas crescerão a passos largos até 2100, quando chegarão a US$ 1 trilhão por ano.
A obtenção de recursos gera controvérsias e segundo os críticos pode fomentar a corrupção.
Segundo o plano o setor de florestas deveria ser incluído no mercado de emissões de carbono de modo a permitir que países e empresas comprem o "direito de poluir" financiando projetos ambientais em outras áreas.
Organizações como o Greenpeace e o WWF se opõem ao plano na forma em que foi elaborado.
Título | Perda de florestas tem impacto maior. |
Publicação | Globo Ciência em nov/08 |
Aquecimento global ameaça os ecossistemas e 1 bilhão de pessoas que deles dependem.
O Centro Internacional de Investigação Florestal (CIFOR, na sigla em inglês) realizou estudos nas regiões tropicais da África, da Ásia meridional, da América Central e na Amazônia, cujas principais conclusões são:
redução da precipitação pluviométrica.
aumento da intensidade dos ventos causados por ciclones tropicais.
crescimento da velocidade do aumento de temperaturas acima da média planetária.
Conseqüências:
instabilidade climática com grandes secas e inundações.
aumento da incidência de incêndios espontâneos.
modificação dos ecossistemas.
extinção de espécies animais e vegetais.
surgimento de espécies invasoras.
transtornos sócio-econômicos para as populações que vivem nas florestas de onde obtêm alimentos, remédios e materiais de construção.
Título | Novo fundo para florestas. |
Publicação | Globo Ciência em dez/08 |
Algumas ocorrências na 14a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas realizada em Poznan na Polônia:
Foi anunciado o plano britânico direcionado exclusivamente à proteção das florestas tropicais. O plano prevê uma contribuição de 100 milhões de libras esterlinas para proteção de florestas tropicais em várias partes do mundo, como no Brasil e na Indonésia. São financiadoras nações ricas como a Alemanha, França, Noruega e Reino Unido.
Foi apresentado pelo Brasil um esboço de um projeto para fortalecer a transferência de tecnologia "verde" para os países em desenvolvimento denominado de Atia (Aliança Tecnológica para Inovações Antiaquecimento.
O Brasil anunciou a criação do Fundo Amazônia, que pretende atrair investimentos para o combate ao desmatamento.
Foi apresentado o Plano Nacional de Mudanças Climáticas do governo brasileiro que estabelece metas de redução de emissões e cortes no desmatamento.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon acenou com a possibilidade de convocar uma reunião de cúpula sobre o clima, em setembro de 2009, em paralelo à Assembléia Geral da ONU em Nova York, para "desbloquear" as negociações.
Título | Ação humana sobre florestas tem o impacto de tsunami |
Publicação | Globo Ciência em jan/09 |
O biólogo Gregory Asner e equipe do Departamento de Ecologia do Instituto Carnegie de Washington realizaram um trabalho sobre as ameaças da ação humana sobre as florestas tropicais.
Segundo os autores serão necessários novos e sofisticados mecanismos para monitorar as mudanças ocorridas nas florestas, ameaçadas pelo desmatamento e pelo corte seletivo.
No trabalho foram reunidos uma série de dados, a partir de imagens de satélite e outras conseguidas com o Google Earth. Eles mostram que 1,4 % das florestas tropicais úmidas do planeta foi desmatado entre 2000 e 2005 e que metade das florestas perdeu 50 % de suas árvores somente em 2005.
Concluíram também que o corte seletivo é mais difícil de reconhecer e medir do que o desmatamento geral. Segundo os autores o impacto do corte seletivo é menos dramático do que aquele causado pelo desmatamento geral, mesmo assim, eles são capazes de alterar a estrutura da floresta.
Asner em outro trabalho publicado em 2006, mostrou que 32,7 % das terras amazônicas que sofrem extração das árvores de interesse comercial acabam completamente devastadas em 4 anos.
Os pesquisadores descobriram que 1,7 % das floretas tropicais úmidas encontram-se em algum estágio de recuperação e que não se pode esperar que esta área recuperada tenha imediatamente a mesma diversidade do ecossistema original.
Título | O preço da floresta: até R$226 por hectare |
Publicação | Globo Ciência em fev/09 |
"Mantendo a Floresta Amazônica em pé" um trabalho encomendado pela ONG WWF ao Instituto de Utrecht, na Holanda, determina que o valor de um hectare de mata em pé varia de R$ 113 a R$226 ao ano.
O mercado de carbono - em que se pode negociar redução de emissões na forma de créditos - ainda não aceita a floresta em pé como valor negociável. Mas é praticamente certo que passará a aceitar no tratado que substituirá o de Kioto a partir de 2012. No mercado o valor para a tonelada de CO2 varia de US$ 5 a US$15. Já se sabe que as árvores, dependendo de seu tipo, são capazes de reter de 80 a 200 toneladas de CO2 por hectare.
Valor do hectare de floresta no futuro mercado de carbono.
Valores | Valor da tonelada de CO2 em US$ | Retenção de toneladas de CO2 por ano por hectare de floresta | Valor do hectare de floresta em pé no mercado de carbono em US$ por ano |
menor | 5 | 80 | 400 |
maior | 15 | 200 | 3000 |
O engenheiro florestal Mauro Armelin da WWF Brasil chama a atenção que a floresta não é só madeira, ela é por exemplo, estoque de carbono, de chuva (valor ainda não mensurável), da biodiversidade.
A ideia é mostrar que a mata intacta poderá remunerar muito mais o proprietário do que a sua destruição.
Título | Brasil ensina a preservar floresta. |
Publicação | Globo Ciência em fev/09 |
País continua desmatando, mas exporta tecnologia de monitoramento.
De hoje até sexta, mais de 30 países vão participar de um encontro no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais em São José dos Campos, para aprender mais sobre os sistemas de avaliação do desmatamento, realizado por satélite, criados pela instituição e considerados uma referência mundial.
A reunião vai servir também para que os países da Coalizão das Florestas, entre outros participantes, discutam o REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação em países em Desenvolvimento), que deve ser um dos temas-chave da próxima reunião da ONU sobre clima, que vai acontecer no fim do ano em Copenhague.
O objetivo da reunião é fornecer informações e compartilhar conhecimento técnico para que estes países possam desenvolver seus próprios programas de monitoramento, tendo como referência sistemas como Prodes, Deter e o recente Degrad.
O sistema Prodes é um programa de acompanhamento de florestas, Deter é um programa de Deteção de Desmatamento em Tempo Real e o Degrad é um programa que permite a descoberta de áreas que ainda estão sendo alteradas, de modo que o processo possa ser interrompido.
Imagem obtida pelo Degrad mostrando 3 estágios de alterações na mata.
O tema REDD é muito importante porque os países precisam de sistemas confiáveis e transparentes, para que possam receber algum tipo de investimento destinado à contenção do desmatamento. Nenhum país financiador vai colocar dinheiro sem poder acompanhar esse processo e ter a certeza de que está fazendo um investimento correto.
Título | Crescimento excepcional de árvores reduz aquecimento global. |
Publicação | Globo Ciência em fev/09 |
Estudo britânico confirmou que as árvores das regiões tropicais vêm crescendo de forma excepcional nos últimos 40 anos reduzindo o efeito estufa. Como elas estão maiores, absorvem mais 20%.
Pesquisadores não sabem por que as árvores estão ficando maiores e absorvendo mais carbono. Eles suspeitam que o CO2 adicional na atmosfera pode estar servindo de fertilizante.
Título | Seca faz Amazônia liberar mais CO2 que Europa e Japão juntos |
Publicação | Globo Ciência em mar/09 |
A revista "Science" publicou um estudo realizado por 68 cientistas de 40 instituições de diversos países, coordenado pela universidade de Leeds na Inglaterra, sobre o comportamento da Floresta Amazônica.
Concluíram que as florestas que normalmente são sumidouro de carbono podem inverter a sua função e tornar-se um fornecedor de CO2.
Quando a árvore está em pé ela absorve CO2 em virtude da fotossíntese. Quando ela morre e a massa vegetal se decompõe ela emite CO2.
A floresta será um sumidouro ou um fornecedor de CO2 em função do balanço entre o nascimento de novas árvores e a morte de outras.
Durante a seca de 2005 morreram muitas árvores que começaram a liberar grande quantidade de CO2.
A liberação do gás carbônico por parte de uma árvore morta ocorre em um ano ou mais, mas ao final praticamente todo o carbono sequestrado pela árvore em vida é devolvido ao ambiente.
A partir da grande seca de 2005 a Floresta Amazônica liberou mais gás carbônico que a Europa e o Japão juntos.
Para o pesquisador Niro Higuchi do INPA, que participou do estudo, há fortes indícios que a seca tenha ligação com o aquecimento global, pois é impossível não notar a bagunça no clima. Desde 1997 os fenômenos climáticos têm ficado cada vez mais frequentes em todo o Brasil, com tempestades, ciclones tropicais e secas. Prever secas é impossível, mas os especialistas sabem que a melhor forma de amenizar seus impactos é manter a floresta de pé.
A floresta de pé filtra o carbono que está circulando na biosfera, melhora o balanço hídrico da região e mantém a biodiversidade, que é o tesouro da Amazônia.
Título | Fim das árvores. |
Publicação | Scientific American Brasil em mai/09 |
Segundo Phillip van Mantgem do U.S.Geological Survey as árvores no oeste dos Estados Unidos têm morrido a um ritmo crescente nas últimas décadas.
Foram estudados vários pontos em três regiões: noroeste do Pacífico, Califórnia e perto das Montanhas Rochosas. O culpado parece ser o aumento da temperatura local, o que diminui a disponibilidade de água e favorece a atividade de um fungo que prejudica a casca das árvores. O resultado é que as árvores são em média mais jovens e menores, e menos aptas a aprisionar carbono.
Número de árvores estudadas | |
1984 | 58.736 |
2001 | 47.641 |
Número anual de mortes para cada 1000 árvores | |
1984 | 7,1 |
2001 | 11,4 |
Aumento anual calculado do número de árvores para cada 1000 árvores |
4 |
Tempo em anos para o índice de mortalidade de árvores duplicar. | |
Noroeste do Pacífico | 17 |
Califórnia | 25 |
Montanhas Rochosas | 29 |
Título | Aquecimento global acelera crescimento das árvores |
Publicação | g1.com.b on line em fev/09 |
Mas pesquisadores dizem que é preciso avaliar melhor o que isso significa Da France Presse
E daí? - Cientistas destacam que devem ser realizados estudos mais aprofundados para determinar as consequências do crescimento das árvores (Foto: Jupiterimages via AFP 22-03-2024)
O aquecimento global pode causar um crescimento mais rápido das árvores e aumentar a duração das temporadas propícias a seu desenvolvimento, afirma um estudo publicado nesta semana nos Anais da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (PNAS).
Para realizar a pesquisa, os cientistas do Centro de Investigações Ambientais Smithsonian (Maryland) reuniram dados coletados em árvores de 55 bosques diferentes do leste dos Estados Unidos, além de informações de 100 anos de medições meteorológicas e de 17 anos de medições de emissões de gás carbônico.Segundo os resultados, o crescimento recente das árvores "superou os valores esperados", provavelmente por causa das mudanças climáticas."Sabe-se que o aumento das temperaturas, da duração do período de crescimento e das emissões de CO2 influenciam a fisiologia das árvores", destaca o estudo.Fev/10